O nome da exposição
Mimesis Mülleriana uma Plágiocombinação vem
do conceito de Mimetismo Circular, atribuído à descoberta de
Fritz
Müller em sua observação da flora e fauna. Fritz
Müller observou que em alguns casos duas espécies se imitam
reciprocamente e ao
se transformarem acabam se assemelhando. A
metáfora na exposição referencia a natureza processual dos projetos
colaborativos das instalações multimídia resultantes da Oficina de Arte e
Tecnologia. A oficina, promovida durante o primeiro semestre de 2010,
como
evento de extensão do Ceart da UDESC e acolhida pela Fundação Cultural
de
Joinville e pela Casa da Cultura, Galeria de Arte Victor Kursansew,
resultou na
exposição Mimesis
Mülleriana. O
prognóstico quanto aos trabalhos que envolvem arte e tecnologia relativo
aos
procedimentos da produção e recepção e circuito exibitivo foi
confirmado. A
maior transformação consiste ainda em como percebemos nossos
instrumentais.
Em 2006 a exposição Emparedados,
no MHSC, focou projetos de instalações interativas que se apropriaram do
histórico e do aparelhamento do museu histórico com seus arquivos e
mobiliário.
As instalações pensadas como site specific se referiam à memória
do
prédio e seu uso no passado como domicílio do governador e de sua
família, e
como gabinete de governo. Estas pretendiam ao meu ver instalar um
dispositivo
poético no visitante sobre a memória do espaço. Eram dispositivos
imateriais,
processuais.
Na exposição processo
Mímesis Mülleriana, agora aberta na Galeria Victor Kursansew, o
que chama a atenção não são os projetos dos coletivos ou dos artistas
individuais
mas o fato dos próprios artistas eles mesmos serem os potencializadores
do
processo contagiando outros por proximidade presencial. Durante a fase
de
gestação dos projetos a percepção é exacerbada e amplificada por outros
que não
são apenas receptores da proposta poética. Os micro-controladores usados
em
alguns dos projetos apenas controlam estímulos de entrada e de saída.
Mas a
condutividade da poética junto à percepção materializada é que determina
o
“estado obra” em devir.
Por Yara Guasque